Para cada pensamento haverá uma emoção ou palavra associada, mas e o que anda a fazer com esta energia toda: pensamento e emoção?!
Seria ótimo podermos dizer que somos abertos e francos o suficiente para falarmos sobre o que sentimos quando estamos a sentir, mas isto é o ideal e não a realidade com a qual convivemos no nosso dia-a-dia.
Cada vez que penso neste tema, lembro do post da Mafalda, onde ela pergunta na sua inocência para onde vai tudo isto.
Bem, as emoções e as palavras quando não são expressas ou ainda, são inadequadamente expressadas se tornam em sintomas que podem variar do físico para o mental ou emocional mas vão sempre encontrar uma maneira de existirem.
Precisamos pensar na maneira como estamos a existir, na maneira como estamos a nos expressar na vida, e se estamos a expressar quem somos de fato ou simplesmente estamos a ser o que os outros querem ou esperam de nós.
A saúde é equilíbrio entre a nossa essência expressa na vida e os limites que nos impomos por educação ou crença, ou seja, quanto menos somos mais doentes ficamos… e isto sim é um quadro que precisa e pode ser alterado, mas precisa que se queira olhar para a vida que se está a viver.
No corre-corre da vida é considerado normal deixarmos algo de lado, a questão é que usualmente deixamos de lado quem mais interessa: nós mesmos!
Ouço inúmeras vezes de pessoas distintas a mesma frase: fui me deixando… e sei bem que isto é fácil de acontecer, sou mãe e profissional, sou filha e esposa, sou irmã e amiga… enfim sou mil pessoas numa só e para cada pessoa há uma necessidade ou solicitação. Mas estar atenta as prioridades é que fará com que seja capaz de dar respostas, nem todas as que gostaria, mas todas as que pode dar sem se perder de você mesmo.
Num processo de vida harmónico dizer sim ou não deveria ser considerado algo igualmente positivo, mas de fato não é o que ocorre. Dizer não é sempre considerado como egoísmo e negativo, mesmo que a pessoa que esteja a dizer não o faça para dizer sim a si própria e a sua qualidade de vida. Então, o que estamos a fazer é perpetuar o papel do sacrifício e não do prazer em dar ou doar, e é isto mesmo que queremos?!
Talvez dos processos mais duros na vida de adultos seja re-aprender a dizer não para terceiros, e começar a dizer sim para si próprio. Por isto sempre que atendo crianças peço aos pais que respeitem o não e o sim dos seus filhos, que percebam que não é egoísmo na maior parte das vezes, mas é uma forma de deixar claro os limites deles sobre eles próprios e o que consideram como parte deles, e quantos de nós ainda somos capazes de o fazer de forma tão clara isto?!?!
Precisamos de recuperar em nós a saúde, o equilíbrio entre o sim e o não, entre o que de fato importa e o que é só frete. Enquanto não olharmos co
m olhos de ver para a vida, e para o que fazemos com as nossas vidas, as doenças e sintomas vão ser cada vez mais e mais a forma como respondemos aos silêncios e vazios das nossas “escolhas”.
Só por hoje, olhe para você como um todo e aceite quem é, e se o que quer viver difere do que vive, dê uma pausa na vida e volte a fazer escolhas por e para você.
Tire tempo para você por escolha e não por necessidade.
Saúde é escolha de todos os dias!
Jaqueline Reyes
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