Abraçar de Coração

Abraçar de Coração

Hoje, muito se fala sobre o abraço – o abraço gratuito e afins – mas foi há uns anos que, na busca desta descoberta de nós mesmos, que encontrámos aquele Abraço. O Abraço. 🙂

No meio de esclarecimentos, de dinâmicas de perdão, demos por nós a abraçar, não aquele abraço meio que a fugir, ou com palmadinhas nas costas, mas sim aquele em que os corações se encostam e sentes o abraço do outro, impossível não aprender a sentir o outro e a sentir-te a ti.

“Mas o que é isto de aprender a abraçar?”

Sim, é um pouco estranho ouvir falar em “aprender a abraçar”, quando já somos adultos, casados, filhos, etc. Mais estranho é ter noção do que andámos a perder, quando nos apercebemos do que nos faltava e andou a faltar.

Primeiro, quantas vezes dissemos “dá cá um abraço” em vez de “deixa-me dar-te um abraço”? Pensa bem na diferença. Como é que eu posso dizer “dá-me um abraço”?? Isso não é dar, é pedir (e não tem mal nenhum em pedir abraços, mas isso é outra coisa completamente diferente). Da próxima vez que fores dar um abraço, toma atenção a isso. Dá um abraço de coração – verdadeiramente de coração.

O abraço a que estamos habituados é apenas um encostar de corpo, às vezes a fugir, ou com umas palmadinhas nas costas e, quase sempre, apenas com um ligeiro toque de ombro. Evasivo, sem toque e – claramente – a ultrapassar a nossa “bolha de conforto”. Da próxima vez que abraçares, não fujas nem deixes o outro fugir. Primeiro, olha-o nos olhos e fá-lo entender que estás ali, presente, estás ali para ele.

Lembra-te de encostar o teu lado esquerdo do corpo – onde está o teu coração – a quem estás a abraçar. Afinal de contas, estamos a dar um “abraço de coração”, certo? 🙂 E encosta todo o teu corpo ao corpo do outro. E o outro vai fugir e tu abraça-lo. Com amor, mas com convicção. E para. Não te mexas. Não mexas um único músculo do teu corpo. Sente e deixa-te ficar. Não penses no tempo que passou ou quando tempo vais ficar ali. Abraça além do corpo, abraça com o amor que estás a dar. Quando deres por ti, o que vai ser esquisito é ter que parar. 🙂 E lembra-te em como te sentes quando acabaste o abraço.

Parece difícil? Sim, se pensarmos no assunto racionalmente, será com certeza o outro abraço. O abraço a fugir de tudo e de nós. Mas, quando acontece… que maravilhoso! 🙂 Que bom saber que aquele abraço tem tanto de TI, e que naquele abraço recebes tanto para TI.

E tu? Já abraçaste hoje? 🙂

Vanda Santos
José Martins

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